28 de fev. de 2010

O jogo da vida

Tudo amplia-se de forma gigantesca a cada dia que passa. Existem centenas de esportes mundo a fora, com características próprias, distintas e outras que se assemelham e são essas que fazem com eles entrem em grupos específicos, que estamos (eu e meu grupo) tentando definir.
Tudo que antes era tão simples, cada vez vai ganhando proporções maiores como na pergunta ainda recente sobre o que é Educação Física? Muita leitura me fez perceber toda amplitude desse mundo. De forma geral consegui compreendê-la como uma totalidade, entre o estudo das práticas que a constituem juntamente com questões filosóficas, cintíficas, sociais e culturais. Cada autor expressa essa visão, como o Betti, M. que no livro Educação Física como prática científica e prática pedagógica: Reflexões à luz da filosofia da ciência., expõe que a educação física não é uma ciência específica pois anda atrelada com questões filósoficas, pois apesar da fisiologia é forma de expressão cultural. Ainda o Medina no livro Educação cuida do corpo...e mente, coloca a questão revolucionária, mostrando-nos que ela tem sido vista parcialmente. Daolio também coloca seu ponto de vista cultural no livro Da cultura do corpo, através das pesquisas que mostram as diferençam culturais. O coletivo de Autores na Metodoligia da Educação Física, assim como Vitor M. de Oliveira no livro O que é educação Física expõe a necessidade da percepção do objetivo das práticas da educação física ou da cultura corporal. Castellani em educação física no Brasil  escreve: "...Ela tem servido de instrumentos ideológicos e de manipulação para que as pessoas continuem alienadas diante da necessidade da verdade de transformação no seio da sociedade". Fazendo-me perceber que a Educação física é vista fragmentada e superficialmente, deixando de lado as questões trivais que envolve tudo de importante que ela pode agregar a sociedade.
Mas ainda sim, a educação física ou defini-la não chegou em seu ponto final. Existem muitas outras visões e questões históricas e atuais que são importantes e que é necessário compreendê-las, uma vez que isso fará parte da minha vida daqui em diante.

Porém uma coisa que me encantou como aprendizagem de vida, foi perceber a beleza do lúdico nas histórias de vida, como no filme Filhos do Paraíso, que mostrou com toda a simplicidade, que sem perceber em algumas atividade ou momentos da vida jogamos com as pessoas, com os fatos. O jogo não é só aquilo que se vê claramente, mas é tudo que fazemos e que entra na dimensão de que um dia chegará ao fim, de que existe local pra acontecer, de que é sagrado, é belo, é livre apesar das regras que devem existir. A vida é constituída de momentos do qual encerramos o jogo vencendo ou não, mas tudo isso é vida, é jogo, como em uma partida de xadrez que exige de seus jogadores estratégias, paciência, reconhecer que uma jogada ou decisão irá desencadear em alguma consequência. É saber perder, saber ganhar, saber jogar.

15 de fev. de 2010

Aprendendo o que parece fácil!

O que é educação física?... Apesar de ter sido o curso da minha escolha, a pergunta não é tão simples de ser respondida. De fato, os achismos são muitos, mas também é verdade que conhecemos o que faz parte dela e não ela na sua essência. Após uma breve leitura no livro: O que é educação física (Oliveira, Vitor M. - 1983) eu e meu grupo de estudos, obtivemos uma breve conclusão de que a educação física é o estudo de tudo que faz parte dela, agregando estudos culturais, sociais e pedagógicos. Mas como foi uma análise prévia, estamos tentando chegar em conclusões mais aprofundadas, até porque, é importante ter a consciência exata daquilo que escolhemos como profissão.

Mas não é só essa pergunta que tem me intrigado. A questão do jogo, do lúdico, suas características... As brincadeiras apenas eram vistas como jogos por mim. Como fizemos, brincando de passa-anel, pula elástico, entre outras coisas que são brincadeiras a olhos nus. Mas Huizinga (Huizinga, Johan. Homo Ludens. Ed. Perspectiva, 2004. 5º ed., p.3-31) em um único capítulo, mostrou uma dimensão muito mais ampla de jogo. Ele mostra suas definições como a liberdade, o sagrado, o espaço, o tempo, a beleza, as regras. Ele me ensinou a perceber como o jogo está em nossas vidas, mesmo que de forma implícita. Como o jogo é envolvente, é sério mas ao mesmo tempo é prazeroso. Ele está nas entrelinhas da sociedade, e também em algumas esquinas, onde criança se divertem...
... Mas não tanto como antigamente. As crianças de hoje, de fato são vistas como crianças, diferentemente do que acontecia nos séculos XVI - XVIII, como na obra de Brueghel (1560) que até se confundiam com adultos, pelas suas feiçoes, suas vidas. Hoje esse universo misturado entre adultos e crianças tem uma distinção, mas também a cada ano que passa nossas "velhas" brincadeiras de rua tem sido engolidas por jogos eletrônicos, televisão, internet.

No texto: Uma viagem da história da infância às histórias de vida, a partir da obra "Jogos Infantis" de Pieter Brueghel. (Eliane A. Bacocina), relatos dos alunos de diferentes idades, mostram como os mais jovens não conhecem brincadeiras antigas e como todos que conhecem concordam em dizer que "As brincadeiras daquela época eram melhores". Hoje não há interação entre pessoas nos jogos. Não se dividem experiências, nem pequenas discussões, que faz com que nós cresçamos. A individualidade está cada vez mais latente na sociedade. O espaço de criatividade das crianças some, porque tudo já é pronto.
Mas ainda há espaço para conhecer "o novo" para as crianças de hoje, "o velho" para mim. Pois, a diversão exposta pela turma e por mim, enquanto o escravo de jó era cantado e as canetas batiam na mesa, só prova que o jogo "careta" nos toma, nos enche, ainda não como professores, mas como crianças grandes.

6 de fev. de 2010

Sonho Antigo...Nova Realidade.

Até ontem a Educação Física era o desejo de um novo aprendizado. Hoje, alías, no dia 01 de fevereiro passou a ser realidade. O que eu não imaginava é que tudo fosse tão intenso como tem sido. O curso, os professores, as novas amizades, a proposta de ser uma professora de educação física.

Tenho pensado em tudo que tenho visto e feito e é maravilhoso enxergar a proposta de todo esse universo que vai muito além do trivial, mas que é um desafio pavoroso e alucinante! Logo de cara, me vi desafiada a pensar sobre tudo que eu estava começando, sobre o sonho que não era mais sonho e sim realidade. Os jogos começaram a fazer parte do meu mundo, aliás já fizeram há muitos anos atrás, talvés não com o mesmo foco, mas é desafiador e empolgante lembrar das brincadeiras de rua.

Perceber que a cada brincadeira que eu me lembrava, juntamente vinham flahs de memória que me faziam recordar delas não de maneira didática, mas na prática mais inocente das crianças. O rouba bandeira, o pular corda, o esconde-esconde. Tantas diversões que ainda são assim, porém vistas hoje por mim como cultura, como forma de transformar uma sociedade através da educação e da simples brincadeira. Jogos que trascedem o tempo como é mostrado através da pintura de Pieter Brueghel de 1560, mas que não perderam sua alegria ao passar dos séculos.

O jogo de uma certa forma, muitas vezes pode ser considerado como supérfluo ao individuo adulto, mas torna-se inegável que nos envolve. Envolve seus jogadores, envolve com um sentimento que por determinado instante o leva a sair da realidade e mergulhar em um universo próprio e misterioso. O jogo é capaz de "impor" regras que se tornam respeitosas, o jogo independemente da sua complexidade nos diverte, apesar de muitas vezes não haver sorrisos em nossos rostos. O jogo é alma, é sentimento, é cultura e diversão, o jogo é sociedade é ilusão e também é real.