O que é educação física?... Apesar de ter sido o curso da minha escolha, a pergunta não é tão simples de ser respondida. De fato, os achismos são muitos, mas também é verdade que conhecemos o que faz parte dela e não ela na sua essência. Após uma breve leitura no livro: O que é educação física (Oliveira, Vitor M. - 1983) eu e meu grupo de estudos, obtivemos uma breve conclusão de que a educação física é o estudo de tudo que faz parte dela, agregando estudos culturais, sociais e pedagógicos. Mas como foi uma análise prévia, estamos tentando chegar em conclusões mais aprofundadas, até porque, é importante ter a consciência exata daquilo que escolhemos como profissão.
Mas não é só essa pergunta que tem me intrigado. A questão do jogo, do lúdico, suas características... As brincadeiras apenas eram vistas como jogos por mim. Como fizemos, brincando de passa-anel, pula elástico, entre outras coisas que são brincadeiras a olhos nus. Mas Huizinga (Huizinga, Johan. Homo Ludens. Ed. Perspectiva, 2004. 5º ed., p.3-31) em um único capítulo, mostrou uma dimensão muito mais ampla de jogo. Ele mostra suas definições como a liberdade, o sagrado, o espaço, o tempo, a beleza, as regras. Ele me ensinou a perceber como o jogo está em nossas vidas, mesmo que de forma implícita. Como o jogo é envolvente, é sério mas ao mesmo tempo é prazeroso. Ele está nas entrelinhas da sociedade, e também em algumas esquinas, onde criança se divertem...
... Mas não tanto como antigamente. As crianças de hoje, de fato são vistas como crianças, diferentemente do que acontecia nos séculos XVI - XVIII, como na obra de Brueghel (1560) que até se confundiam com adultos, pelas suas feiçoes, suas vidas. Hoje esse universo misturado entre adultos e crianças tem uma distinção, mas também a cada ano que passa nossas "velhas" brincadeiras de rua tem sido engolidas por jogos eletrônicos, televisão, internet.
No texto: Uma viagem da história da infância às histórias de vida, a partir da obra "Jogos Infantis" de Pieter Brueghel. (Eliane A. Bacocina), relatos dos alunos de diferentes idades, mostram como os mais jovens não conhecem brincadeiras antigas e como todos que conhecem concordam em dizer que "As brincadeiras daquela época eram melhores". Hoje não há interação entre pessoas nos jogos. Não se dividem experiências, nem pequenas discussões, que faz com que nós cresçamos. A individualidade está cada vez mais latente na sociedade. O espaço de criatividade das crianças some, porque tudo já é pronto.
Mas ainda há espaço para conhecer "o novo" para as crianças de hoje, "o velho" para mim. Pois, a diversão exposta pela turma e por mim, enquanto o escravo de jó era cantado e as canetas batiam na mesa, só prova que o jogo "careta" nos toma, nos enche, ainda não como professores, mas como crianças grandes.
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