Eu, como uma admiradora de esportes, gosto de assistir, ouvir, ler tudo que posso relacionado aos esportes, principalmente ao futebol que apesar de eu não saber jogar, sempre gostei muito de acompanhar. Mas são em competições como as Olímpiadas, que eu e milhares de pessoas temos a oportunidade de conhecermos esportes que não vemos com frequência, ou até mesmo que nem temos conhecimento de como é praticado. Devido a grande repercussão, esses esportes passam a fazer parte, pelo menos temporariamente, do nosso interesse, da nossa torcida e muitas vezes isso proporciona que o esporte seja alavancado para uma posição de maior interesse, quando por exemplo, temos atletas brasileiros campeões.
As olimpíadas são grandiosas, competitivas, de rendimento. Mas apesar de não haver ligações diretas com o cooperativo, o esporte de participação ou educação, devido ao seu alto nível técnico e profissional, no decorrer da história agregou muitas coisas as sociedades e aos indivíduos.
Nas apresentações sobre os jogos, eu pude ver toda estrutura das olimpíadas antigas na Grécia, o intuíto religioso, a adoração aos deuses, os mitos, eram o centro das olimpíadas. Com o decorrer do tempo, já na era moderna, as olimpíadas foi totalmente modificada no sentido de que esse intuíto religioso dava lugar a outros interesses como políticos (guerra fria), mas também nascia a luta das mulheres pela sua participação, o icentivo a prática de atividades físicas na escola. Depois de um tempo o nascimento das paraolimpíadas que teve inicialmente o intuíto de integrar os mutilados das guerras, iniciando com apenas 16 participante e hoje tornou-se tão grande quanto os jogos tradicionais, e faz um papel maravilhoso de inclusão social, e é a vida para muitos atletas que retomaram sua auto estima através da opotunidade de ser um atleta.
O vídeo abaixo, é uma pequena demostração que toda a vontade de um médico alemão chamado Ludwig Guttmann, para dar início aos jogos para deficientes em 1948 , é refletido hoje em uma grande competição que só existe graças a iniciativa desse grande visionário.
E além dessa, ainda temos as olimpíadas de inverno, que como recentemente aconteceram, é mais uma extensão de todo o percurso dos jogos que começaram em 776 a.c e refletem atualmente como parte de uma visão que apesar dos seus pontos negativos, como todo interesse político, têm e traz para as sociedades e para os indíviduos melhorias que eu espero que possa ser cada vez mais latente, já que em 2016 teremos os jogos olimpícos no Brasil e eu estarei formada e espero poder ver de dentro toda uma melhoria não somente estrutural, em prédios e equipamentos, mas uma melhoria cultural que trará benefícios na raiz da sociedade. Eu espero poder contribuir para que as pessoas entendam que por tráz do mundo competitivo dos jogos, possam haver mais questionamentos, mais cooperação, mais entendimento do que realmente o esporte é, e de que ele provém dos jogos lúdicos que todos nós fizemos um dia sem compromisso, simplesmente por diversão.
É notável que esse esporte de auto rendimento tem um lugar presente nas escolas, mas é preciso criar estratégias para diminuir essa intensidade, fazendo com que o lúdico esteja presente, com que o preconceito de certas práticas acabe, como por exemplo, se houver o entendimento que a ginática para os meninos pode ser importante se eles vierem a praticar um esporte que exija flexibilidade.
O esporte, diferentemente do jogo lúdico, está cercado de vários fatores como a mídia, a organização, a indústria do esporte, a cultura, enfim. E eu posso ver um desses fatores na minha vida, como no caso cultural. O esporte muitas vezes é tradição em países, como o basquete nos Estados Unidos e o futebol no Brasil, e eu sofri uma grande influência do meu pai, que vêm desde meu avô, a respeito do futebol. Sou torcedora assídua do Corinthians e pude ver isso passando na minha família de geração em geração, o que prova que o esporte ganha seu território também através dessa passagem cultural.
Foto: Eu e meu irmão no jogo de futebol
E com certeza, os filhos do meu irmão, e os meus também serão torcedores, já que além de toda a repercussão do futebol no Brasil, temos essa paixão dentro da nossa casa. Mas logicamente até lá eu espero poder conhecer muitos outros esportes, para passar a todos o quão benéfico o esporte ou o jogo pode ser, assim como já passei a gostar do xadrez, que até três meses atrás nunca havia feito parte da minha vida.
Mas além dessa divisão do Tubino a respeito dos esportes de rendimento, educação ou lazer temos o lado atitudinal, conceitual e procedimental (Darido, Suraya). É muito interessante perceber que o esporte não é somente procedimento como estamos acostumados a ver, mas também existe o conceito, o porque daquela prática, a história, as regras, a busca do entendimento do procedimento que fazemos sem questionar. E ainda as atitudes, a postura do atleta, do profissional.
Agora, todas essas questões que envolvem os esportes, os jogos, as visões, tudo isso é ou não ciência?
Entendi que não. A educação física, é o estudo de várias ciências como a fisiologia, a biologia, enfim, mas ela não faz ciência, e sim estuda essas ciências.
Esse fator de que a educação física tende compreender e se aprofundar em muitas ciências, faz dela uma atividade bastante complexa, já que o ser humano (objeto de estudo da educação física) não pode ser visto apenas como um ser parcial, por exemplo, como musculatura. O ser humano também tem seu lado social e piscológico e não pode ser visto como uma máquina.
A ciência clássica (Descartes, Newton, entre outros) era mecanizada, abrangente e compreendia a natureza como leis matemática, mecanizadas universais. Tudo era reversível, hierarquicamente correto, tudo era causa e efeito, era estável.
O vídeo abaixo (parte do filme Tempos Modernos com Charlie Chaplin), é uma demostração de como a visão do mecanicismo, que não enxerga as particularidades, que faz de tudo por causa e efeito não pode ser aplicada ao ser humano.
Mas a "nova ciência" (a partir da termodinâmica, relatividade - Einsten, e outros), passa a quebrar esses paradigmas, mostrando que as coisas são irreversíveis, pois uma vez feito, já gerou consequências. Ela é instável, não linear, enxerga as particularidades, ou seja, na minha concepção ela corresponde a educação física de forma mais coerente. Logicamente o método mecanizado ainda é muito presente nas aulas de educação física. Nas escolas, sempre há uma generalização, um método mecanizado de ensino, como por exemplo, todos têm que correr, ou todos tem que jogar vôlei. Na academia eu vivi esse método mecânico no sentido de que não importa quem fosse o aluno, mas todos tinham que fazer um alongamento padrão e talvés houvesse pessoas com necessidades diferentes uma das outras.
Logicamente que tentar mudar esses conceitos, não é tão simples já que boa parte da nossa cultura vive nesse método da ciência antiga (que foi fantástica, descobrindo e nos deixando muitas coisas), mas que é linear, enquanto a vida está muito distante desse conceito.