10 de abr. de 2010

Experiências!!!

Parangolés - Hélio Oiticica

Enxergar a arte fora da arte sendo arte. Parece estranho não? Mas foi isso que eu fiz na exposição do artista Hélio Oiticica - Museu é o mundo. Tive o grande previlégio de saber que havia uma exposição, que não deveria ser chamada de tal forma, já que quase tudo não  resumia-se em exposição, mas sim em experimentação. Entrar dentro de caixas, tocar piano, vestir panos e criar moda, essas são apenas algumas das muitas obras do Hélio, da qual eu pude usufruir. Essa arte, que tem seu contexto histórico, seus significados artísticos, sua revolução, ganhou novos significados e comparações, já que a idéia era perceber através da arte, propriedades de uma outra arte: A educação física.
Na obra do Hélio Oiticica percebe-se logo de cara o sentido revolucionário, aonde o artista quebra o paradigma de apenas não fazer obras através de quadros fixos na parede, mas enxerga a arte no mundo, na arquitetura, nas coisa simples, como a terra no chão, dando-nos a oportunidades de sentí-la, de interagir. E a educação física também é interação, já que uma aula não se faz sozinha. A participação, o interesse deve ser a chave, já que tudo que é apenas expositivo, da qual um manda e todos obedecem, torna-se algo mecânico, ultrapassado, assim como a ciência tradicional, que foi "substituída" por uma nova maneira de ver o mundo e a natureza, de forma dinâmica, irreversível (A Nova Aliança - Ilya Prigogine / Isabelle Stengers). Perceber uma arte questionadora, também me faz ver uma educação física mais questionadora, que tem a intenção de sair do comum e isso é o que o artista nos proporciona através de uma exposição totalmente lúdica, da qual me fez brincar, livremente, com regras próprias, e acabou, teve um tempo, mas poderá ser feito novamente, e era sério, até tenso - pela proposta de avaliação -, mas foi belo, e é belo (baseado nas características lúdica de Huizinga, Johan - Homo Ludens). Perceber como os sentidos são postos em jogo, como o toque a água, ou o próprio corpo interagindo com os paragolés, como vi  novas visões, criatividade - mesmos materiais produzindo diversas obras, como areia pedras etc -, tudo de fato que faz parte daquilo que tenho aprendido que é educação física, como o improviso em jogos usando tampinhas de garrafa como peões no tabuleiro de damas, ou na própria metodologia de ensino, como através do vídeo-game, ou da recreação aquática lúdica (Atividades Aquáticas - Cláudia Alexandre Queiroz, 1998).
Acredito que esse novo conceito de tentar perceber aquilo que aprendo, através de outras coisas como a arte - nesse caso - é gratificante, pois é o início do entendimento que sai das linhas do caderno, para ser vista no mundo. E o nosso corpo (que não é só físico) é parte desse mundo da arte, da educação física, já que pelo início desse assunto, e através da visita ao laboratório de anatomia, ficou claro uma coisa: geralmente caímos no erro de dividir o ser humano em matéria (músculo, osso, gorduras, etc), mente e espiríto, sendo que nós como corpo devemos ser compreendido como junção de todos os aspectos: Biológico, Psicológico e social. somos uma coisa só, pois é impossível desassociar algum problema psicológico, já que ele gera consequências no nosso fisico, assim como nosso físico interfere em questões sociais, ou o social interfere no nosso psicológico, enfim. No vídeo abaixo, veremos uma interpretação artística, através da dança e da letra da música, que faz essa associação:


Ao ver corpos mortos, se degenerando aos poucos (devido ao formol), peças soltas, como membros e vísceras, percebi e pude ver na prática fatores biológicos, mas com certeza, é inadimissível pensar que a educação física se limita apenas ao físico, que mesmo que em vida, não é o todo do corpo e sim parte dele. É necessário sim conhecer fatores biológicos, mas todo o restante que nos move, que faz com que tenhamos vida e de fato é corpo, e corpo inteiro. 

Um comentário:

Unknown disse...

olá Evelin...

seu blog está muito bom!