Na obra do Hélio Oiticica percebe-se logo de cara o sentido revolucionário, aonde o artista quebra o paradigma de apenas não fazer obras através de quadros fixos na parede, mas enxerga a arte no mundo, na arquitetura, nas coisa simples, como a terra no chão, dando-nos a oportunidades de sentí-la, de interagir. E a educação física também é interação, já que uma aula não se faz sozinha. A participação, o interesse deve ser a chave, já que tudo que é apenas expositivo, da qual um manda e todos obedecem, torna-se algo mecânico, ultrapassado, assim como a ciência tradicional, que foi "substituída" por uma nova maneira de ver o mundo e a natureza, de forma dinâmica, irreversível (A Nova Aliança - Ilya Prigogine / Isabelle Stengers). Perceber uma arte questionadora, também me faz ver uma educação física mais questionadora, que tem a intenção de sair do comum e isso é o que o artista nos proporciona através de uma exposição totalmente lúdica, da qual me fez brincar, livremente, com regras próprias, e acabou, teve um tempo, mas poderá ser feito novamente, e era sério, até tenso - pela proposta de avaliação -, mas foi belo, e é belo (baseado nas características lúdica de Huizinga, Johan - Homo Ludens). Perceber como os sentidos são postos em jogo, como o toque a água, ou o próprio corpo interagindo com os paragolés, como vi novas visões, criatividade - mesmos materiais produzindo diversas obras, como areia pedras etc -, tudo de fato que faz parte daquilo que tenho aprendido que é educação física, como o improviso em jogos usando tampinhas de garrafa como peões no tabuleiro de damas, ou na própria metodologia de ensino, como através do vídeo-game, ou da recreação aquática lúdica (Atividades Aquáticas - Cláudia Alexandre Queiroz, 1998).
Acredito que esse novo conceito de tentar perceber aquilo que aprendo, através de outras coisas como a arte - nesse caso - é gratificante, pois é o início do entendimento que sai das linhas do caderno, para ser vista no mundo. E o nosso corpo (que não é só físico) é parte desse mundo da arte, da educação física, já que pelo início desse assunto, e através da visita ao laboratório de anatomia, ficou claro uma coisa: geralmente caímos no erro de dividir o ser humano em matéria (músculo, osso, gorduras, etc), mente e espiríto, sendo que nós como corpo devemos ser compreendido como junção de todos os aspectos: Biológico, Psicológico e social. somos uma coisa só, pois é impossível desassociar algum problema psicológico, já que ele gera consequências no nosso fisico, assim como nosso físico interfere em questões sociais, ou o social interfere no nosso psicológico, enfim. No vídeo abaixo, veremos uma interpretação artística, através da dança e da letra da música, que faz essa associação:
Ao ver corpos mortos, se degenerando aos poucos (devido ao formol), peças soltas, como membros e vísceras, percebi e pude ver na prática fatores biológicos, mas com certeza, é inadimissível pensar que a educação física se limita apenas ao físico, que mesmo que em vida, não é o todo do corpo e sim parte dele. É necessário sim conhecer fatores biológicos, mas todo o restante que nos move, que faz com que tenhamos vida e de fato é corpo, e corpo inteiro.
Um comentário:
olá Evelin...
seu blog está muito bom!
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