Perceber a complexidade que somos me traz um espasmo inigualável. Ao assistir ao filme (com um novo olhar) O Homem Bicentenário, percebi por quantas mudanças que o personagem robô interpretado por Robin Williams, chamado por ele mesmo de ISTO, teve que passar para se aproximar do ser humano e não falo do no sentido físico já que não somos apenas carne, mas no sentido de aprendizado, de sentimento, de critatividade, no sentido total como o filme retrata. Isaac Asimov, criador da idéia do filme, faz ressaltar em Andrew (robô) tudo o que somos e ainda traz uma mensagem fantástica: O explorar. Assistindo depois a vários outros vídeos, passava em minha memória a decadência da qual os próprios profissionais de educação física, que trabalham como o corpo, tratam limitando-o a rendimento, repetições, deixando de lado toda interpretação e toda a profundidade e as mais diversas situações que o nosso corpo pode trazer, seja através da música, da arte, ou da vida. Lembrei-me de uma experiência própria: Sempre gostei da prática de atividades físicas e fiz por um perído da minha infância ginástica olímpica, introduzindo na ginástica artística e por mais belo que fosse, além das dificuldades, não nos expressávamos livremente, já que sempre estávamos presos a coreografias e a perfeição dos movimentos. Mas também há um tempo atras dançava na igreja e diferentemente, eu era livre para criar. Era um jogo lúdico, um ritual de adoração ao meu Deus, uma dança livre de coreografias, de marcações ou de julgamentos de feio ou belo, se havia precisão ou não nos movimentos, mas era apenas uma dança livre que saía da minh'alma, de tudo que sou e acredito. Dançar é uma forma de exploração do corpo todo, e pode ser feito e visto de forma mais livre como eu fazia ou num sentido mais profissional, tão empolgante e transformador quanto. No filme "Vem Dançar", a dança é trazida como um instrumento de transformação social, pois mostra como pessoas que tinham suas vidas dedicadas a rebeldia e até marginalidade puderam ser transformadas pela arte de dançar, quebrando pré-conceitos de classes sociais e até no sentido de masculinidade, algo que infelizmente é questionado por muitas culturas quando praticados por homens certos tipos de danças.
Perceber o quanto nosso corpo pode demonstrar, se explorado, do que somos é nos conhecer. Com certeza quando eu dançava, ou quando danço ainda mesmo que no meu quarto, o quando canto, sou muito mais eu do que em outras situações, pois são nesses momentos em que tenho a liberdade, a ludicidade e os padrões, os julgamentos são deixados de lado. Quando fizemos os jogos cooperativos essa semana, também nos entregamos a momentos de prazer e liberdade, exigindo do corpo, como eu fiz que de tanto pular corda no dia seguinte sentia meu corpo doer, mas devido ao prazer aquilo tornava-se insignificante.
Não sei dançar com técnica, não sei jogar todas as brincadeiras de modo que vencerei, mas a cada dia aprendo a ver meu corpo de forma toda, a dar valor as menores coisas que faz de mim o que sou.
Seria gratificante se todos pudessem ser inteiros, e não partes (sistema cartesiano), como mulheres quando apenas são suas bundas, ou homens que são apenas músculos, ou quando não se dança por vergonha de ser julgado, mesmo que de forma errônea, ou quando se deixa de lutar por medo das retaliações.
Que sejamos livre com o nosso corpo, que exploremos nossa totalidade e que os padrões não nos façam desfalecer sem ter o prazer da ludicidade... como o vídeo abaixo mostra: É uma prisão se ver apenas parcialmente e não na perfeição da essência humana.
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