24 de abr. de 2010

Corpo é o todo!

Corpo: Corpo é carne? corpo é alma? corpo é personalidade? Corpo é máquina?... Não, corpo é tudo! Cofesso que a compreensão ou definição de corpo não é algo simples, apesar de sermos corpo. Pensar no corpo como totalidade não é algo fácil, principalmente quando temos embutido em nossa cultura, características de divisibilidade. Segundo o artigo "A tranformação da visão de corpo na sociedade ocidental" (Júlia Paula Motta de Souza Pinto e Adilson Nascimento de Jesus - 2000), Sócrates e Platão possuiam essa idéia dualista de corpo: Alma é superior ao corpo. Para eles existiam dois mundos, um superior da qual considerava-se o intelecto, a razão a alma, sendo este superior, enquanto inferiormente estava o corpo que padece. A descrição mais próxima deste entendimento é a famosa frase: O corpo é a prisão da alma. Na idade média, a igreja se vale desta idéia dicotômica, já que o corpo é associado a sexualidade, pecado e deve ser preservado íntegro, chegando ao ponto de auto-flagelo. Mas a idéia não é compreender corpo para a igreja, mas perceber a influência de tal na cultura ocidental. René Descartes, apesar da sua luta contra a religião a favor da ciência, não se desfez da idéia dualista, e apesar de coompreender que o corpo está unido a alma, compreende que a alma é superior, afinal ela é indivisível, enquanto o simples corpo é composto de partes, ou seja, é matematizável, é maquina. Essa idéia cartesiana está  implantada ainda na nossa sociedade, apesar de sua visão reducionista. Nós não somos divisíveis, tampouco máquinas, mas sim seres integrais que vive, pensa, absorve, observa. A Dr. Margarida Gaspar de Matos, no livro Corpo, Movimento & Sociedade (1994) nos fala que mesmo gêmeos monozigotos (idênticos) não são as mesmas pessoas, porque não são máquinas que possuem a mesma "casca" e a mesma função, mas sim são corpos cheios de personalidade, que refletem tudo que são, que aprenderam.
Compreender essa visão de todo, nos fez utilizar de uma arte marcial que foi vista de duas formas: Como esporte, compreendendo sua história e suas caraterísticas, mas também como um ideal de totalidade. A cultura oriental, tem entre suas caracteristicas a percepção de igualdade, não havendo separação entre corpo, alma ou qualquer outra coisa, mas apenas percebendo que tanto uma dimensão suprema (eterna) ou histórica (nasce-morre) tem importância equivalentes. A luta do taekwondo, apesar de ter em muito dos seus movimentos, treinamento, fatores mecanicistas, possue em seu ideal um benefício sem separações, que se for apenas visto como luta (movimentos de perna e braço) não coompreende a essência do ser (Yeo Jin Kin - Arte Marcial Coreana), pois o corpo adquire percepções que sempre estão atreladas ao todo.
"Nós que aqui estamos, por vós esperamos" é um documentário fantástico, que nos remete a uma condição de pensamento sobre tudo que é ser. O corpo é parte da história, alguns com "mais" importância, outros com "menos", mas pensar que o universo é sempre uma corrente ligada, que cada atitude ou história refletirá num futuro talvéz nos transporte para uma dimensão mais inteira da nossa função de existirmos.
Pensar na técnologia, no que temos hoje, ou no que teve meu pai, por exemplo, que trabalhou com os primeiros computadores, no Banco do Comércio, na década de 80 onde ele conta que eram do tamanho de uma sala e hoje eu tenho um portátil, sem fio, que carrego o dia inteiro e que me conecta com o mundo. Ver essa evolução dos corpos que nos tráz uma visão de superioridade, de rapidez, também nos leva a perceber que o preço da modernidade é a desestruturação humana. O corpo não é uma máquina, o mundo não é singular, perceber a importância e o todo, a manifestação corporal, a exploração e a liberdade de expressão é vida. Cada um conta sua essência, conta sua história, e a deixa para que os vivos a conheçam, mesmo aqueles que nunca tiveram acesso a essa "ascenção" ocidental.

Índios - Manifestações do corpo que é total, que é arte, história, cultura, é vida!

Os jogos cooperativos, é uma prática que mostra um pouco de vários fatores lúdicos e corporais (o todo). Compreender o seu significado e sua importância social é fundamental. Apesar de parecer uma discussão atual, Orlick nos fala que é uma prática milenar “começou há milhares de anos, quando membros das comunidades tribais se uniam para celebrar a vida" (Orlick, apud Brotto, 2002, p. 47). Não era uma competição, mas um apoio, uma troca cultural, da qual as práticas de tal tribo indígenas era demonstradas em jogos, expondo toda sua força e beleza através da pesca, das danças, das artes. Os jogos cooperativos ganhou uma importância maior nos anos 50 através dos estudos de Ted Lentz nos estados Unidos e no Brasil através de Fábio Otuzi Botto. Para Orlick, que é um grande nome dos jogos cooperativos a idéia era: “O objetivo primordial dos jogos cooperativos é criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazerosa" (1989 p. 123). Além disso, esse autor tem a visão de mudar o fator vitória-derrota, para vitória-vitória. Brotto, também pensava que o principal era a idéia da não exclusão, onde tudo pudesse ser adaptado para que todos participassem.

Jogos cooperativos - Nossa aula

Brincamos, jogamos cooperativamente, nos conhecemos...essa foi algumas das sensações que tive ao pôr em prática parte do que tinha aprendido sobre os jogos. Mas compreendo que ali o meu corpo se manifestou, a minha vida foi alterada e preenchida com mais uma coisa que agora faz parte do corpo Evelin.

17 de abr. de 2010

Paixões: Esporte e Jogo lúdico

Esporte e Jogo... É assim que aprendi a defini-los hoje. Logicamente estão interligados em muitos fatores, um nasce do outro, são parecidos mas não iguais como eu pensava. Há algumas caracteristicas que os distinguem, como que o esporte possuí equipamentos, campos profissionais, técnica, treinadores, estrutura, torcidas, mídia, dinheiro, entre outras, e o jogo é o inverso, pois é livre, improvisado, sem fins lucratrivos, sem federações e sem regras impostas de fora, é o "gosto porque gosto" (Giovanina G. de Freitas Olivier). Além disso, o esporte passa por outras áreas, como a psicologia (Psicologia do esporte - Afonso Antônio Machado), medicina, o jornalismo, enfim, pois o esporte de auto rendimento, mobiliza profissionais e também torcedores. O esporte é algo que está imbutido na nossa cultura, principalmente o futebol, como descreve a letra do vídeo abaixo, com a famosa música do grupo skank - "É uma partida de futebol"


A letra mostra todo envolvimento que o esporte tráz as pessoas, principalmente em grandes competições como a Copa do mundo, ou as Olimpíadas. Ademir Gebara no livro Esporte, história e sociedade, nos diz que desde 1896, as Olimpíadas tinha o intuíto de promover espetáculos de massas e é o que vemos hoje. As lutas, por exemplo, podem não ser tão populares, mas como esporte de alto rendimento, mobiliza e trás consigo praticantes que são treinados para vencer. O Taekwondo, a Esgrima, o Boxe, são constituídos de técnicas, fundamentos e muito brilho e dinheiro como no caso do Boxe.
Perceber toda a mobilização do esporte, e tudo o que ele faz para a sociedade de forma benéfica é válido, porém existe o questionamento de alguns estudiosos, quando toda essa força da mídia e os valores são embutidos na sociedade e principalmente na educação de forma duvidosa. Valter Bracht no texto "A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo...Capitalista", coloca esses fatores em questão. Pelo esporte ser uma profissão, ele exige técnica, logo competência e essa rigidez é tranferida para as práticas esportivas infantis que deveriam ser mais brincadeiras do que exigências. Bracht levanta questões como que as regras impostas são aceitas sem questionamentos, por medo de exclusão, além das questões sociais, aonde geralmente a predominância da burguesia (na maioria dos esportes) prevalece, já que há mais possibilidades. A busca incondicional da vitória, além da questão de ver o outro sempre como adversário, como diz Liana Abrãao, no livro Lúdico, educação e educação física (Nelson C. Marcellino - 2003) "...questão de que os mais fortes têm vez e suprimem os mais fracos. O outro é sempre adversário, inimigo a quem tem que se vencer, pois apenas um só será o vencedor, e o outro o derrotado. Na competição tem que se 'jogar contra e nunca jogar com'...". Apesar da visão do jogo lúdico, como associação ao ócio, estudiosos (Huizinga, Winnicott, Piaget, Chateau, entre outros) não deixam de ressaltar sua importância, lembrando que ele pode fazer parte de atividades sérias, como a escola, e principalmente que é fundamental para a humanização, já que é repleto que características humanas, traços que máquinas não fazem como diz Miriam Moreira de Mello que é o "...brincar, o simular, o divertir-se...; quando essas particularidades desaparecem, o homem perde marcas fundamentais da sua singularidade".
Existe espaço na sociedade para tudo, como coloca Tubino, ao classificar esporte de performance (auto-rendimento), participação (lazer) e educação, porém é preciso encontrar espaço para ambos, e saber distinguir quando O VENCER ultrapassa não só as quatro linhas, mais sim a civilidade, estando acima de qualquer coisa. Quando a competição torna-se o êxtase da vida, mas nem sempre tendo o discernimento de que perder faz parte. Imbutir o luducismo na sociedade, na educação, traz o entendimento de cooperação, da exploração e do divertimento, por tras da aprendizagem. Mauro Betti, escreve:
" O esporte como lúdico precisaria ser aprendido ou reaprendido e os espaços sociais para tal precisariam ser preservados e/ou criados. Essa conclusão traz implícita uma valorização: reconhecer a possibilidade de realização no esporte de outros valores que não os da cultura esportiva hegemônica. Não apenas o rendimento máximo do superatleta, mas o ótimo das pessoas comuns...; não somente dinheiro e medalhas como recompensa, mas também o prazer intríseco de participar; não só rivalidade, mas cooperação no confronto com outro ser humano."
Isso define a idéia...ambos são ótimos, mas suas ferramentas precisam ser compreendidas.

Entre os Muros da Escola

Assistir ao filme "Entre os muros da escola", me levou além dos problemas e das dificuldades que passam os professores, no caso do filme, em uma escola do subúrbio francês, mas eu vivenciei momentos até mais tensos do que o filme mostra. Até a 7º série do ensino fundamental, eu estudava em um colégio municipal do meu bairro, mas como ele era apenas até a 8º série, resolvi mudar para outro colégio, já para cursar o ensino médio. Fui para um colégio estadual no município de Santo André, até bem conceituado. O que eu não podia imaginar é que a direção da escola naquele ano resolvera montar uma sala chamada multiseriada, da qual eles colocaram todos os alunos problemáticos, repetentes e novatos (já que eram desconhecidos). Eu nunca fui de me envolver em problemas, sempre fui do tipo mais estudiosa, mas isso não impediu de eu visualizar cenas de tensão, como discusões violentas entre professores e alunos, carteiras sendo atiradas do 2º andar na quadra para atingirem a professora de educação física, entre outras muitas coisas que aconteceram. No resumo da história. houve três alunos expulsos, mais três ou quatro repetentes, alguns desistentes. Eu passei de ano e fui transferida de sala, juntamente com outros alunos de bom desempenho. A direção da escola resolveu acabar com esse projeto, pois perceberam que talvés a junção não era o melhor a se fazer. Hoje, tenho uma visão diferente do que na época, da qual via muitos deles como marginais, mas penso que de fato a solução não era juntar todos e dá-los um tratamento diferenciado, pois apesar das inúmeras dificuldades, cada um tinha um problema e uma história de vida por de trás de suas atitudes, tanto que tive o previlégio de ver um deles se formando.
Alguns deles, depois no próximo ano, acabaram se tornando meus amigos, e foi  nesse momento que eu pude ver que muitos deles, que eram pixadores, precisavam expressar seus pensamentos idealizadores. Eles demonstravam grande respeito pelos pais e pelos professores, quando não eram tratados de forma grosseira, mas sim respeitosa.
"Entre os muros da escola" é real, na França, no Brasil e talvéz em muitos países do mundo. E não tenho dúvida das dificuldades que um educador passa, pois a linha é tênue. Saber até que ponto a imposição, a ordem gera retorno, ou o tratamento amigável, "liberal"? Hoje entendo que a visão militarista, mecânica, generalizada como foi feito com a minha turma, da qual tudo foi classificado como "farinha do mesmo saco" sem dúvida está longe de ser o ideal, já que somos pessoas diferentes, com necessidades, que só a aproximação fará com que seja percebido de fato a nossa essência, os nossos medos, e os nossos sonhos.
No filme, para essa aproximação é pedido um auto-retrato e é isso que farei, para talvéz todos que lerem essa postagem, conhecerem um pouco mais da Evelin.

Auto-Retrato

Me chamo Evelin Luizi Farabotti, tenho 20 anos. Me considero uma pessoa comum, não tenho grandes altos e baixos.
Trabalho com vendas e sempre gostei de trabalhar, pois considero que é uma maneira de adquirir um crescimento pessoal. Comecei aos 15 anos, por vontade própria e sempre gostei de ter uma vida ativa, sem grandes dependências. Não gosto muito da rotina, apesar de ser inevitável. Sempre gostei de ler e estudar, ainda bem, pois talvéz isso esteja ajudando nesse início de faculdade.
A faculdade sempre foi um sonho, e o curso eu escolhi a mais ou menos uns sete anos atráz. Nunca tive dúvidas, pois sempre imaginei que não há nada melhor do que trabalhar com as pessoas, mas não necessariamente vendendo coisas, como faço hoje, mas sim ensinando, transformando se possível. Hoje sei que fiz a escolha certa, porque apesar de ser totalmente diferente do que eu imaginava, é muito mais rico, e tem como ideologia coisas que acredito.
Moro com meus pais, e posso dizer com certeza que são minha maior riqueza. Não tenho apenas um pai e uma mãe, mais sim dois grandes espelhos e amigos e que estão sempre comigo. Tenho um único irmão, mais velho e já casado e o amo muito também, além da minha cunhada, que não poderia ser outra, ela é a irmã que nunca tive. Tudo isso que sempre tive, e tenho dentro de casa, é muito do que sou.
Há uma única coisa que está acima de tudo que citei até agora: Deus. Ele é a minha força, meu tudo. Está dentro da minha religião - protestante - , mas nunca pode ser limitado a ela, pois o meu Deus é grande demais para ser visto de forma tão pequena,  pois o caminho que escolhi não é religião, mas um estilo de vida.
Sou séria, mas sei ser bricalhona. Anciosa, preocupada, mas leal. Amo incondicionalmente, quebro a cara, guardo meus segredos...tenhos sonhos e muitos sonhos. Constituir minha família é um deles, ser mãe tambem. Amo meus amigos, gosto de música, boas músicas, gosto de dançar, de viajar, de experimentar...de viver.
Para a vida eu espero ser feliz e depois da morte... Só a eternidade.



10 de abr. de 2010

Experiências!!!

Parangolés - Hélio Oiticica

Enxergar a arte fora da arte sendo arte. Parece estranho não? Mas foi isso que eu fiz na exposição do artista Hélio Oiticica - Museu é o mundo. Tive o grande previlégio de saber que havia uma exposição, que não deveria ser chamada de tal forma, já que quase tudo não  resumia-se em exposição, mas sim em experimentação. Entrar dentro de caixas, tocar piano, vestir panos e criar moda, essas são apenas algumas das muitas obras do Hélio, da qual eu pude usufruir. Essa arte, que tem seu contexto histórico, seus significados artísticos, sua revolução, ganhou novos significados e comparações, já que a idéia era perceber através da arte, propriedades de uma outra arte: A educação física.
Na obra do Hélio Oiticica percebe-se logo de cara o sentido revolucionário, aonde o artista quebra o paradigma de apenas não fazer obras através de quadros fixos na parede, mas enxerga a arte no mundo, na arquitetura, nas coisa simples, como a terra no chão, dando-nos a oportunidades de sentí-la, de interagir. E a educação física também é interação, já que uma aula não se faz sozinha. A participação, o interesse deve ser a chave, já que tudo que é apenas expositivo, da qual um manda e todos obedecem, torna-se algo mecânico, ultrapassado, assim como a ciência tradicional, que foi "substituída" por uma nova maneira de ver o mundo e a natureza, de forma dinâmica, irreversível (A Nova Aliança - Ilya Prigogine / Isabelle Stengers). Perceber uma arte questionadora, também me faz ver uma educação física mais questionadora, que tem a intenção de sair do comum e isso é o que o artista nos proporciona através de uma exposição totalmente lúdica, da qual me fez brincar, livremente, com regras próprias, e acabou, teve um tempo, mas poderá ser feito novamente, e era sério, até tenso - pela proposta de avaliação -, mas foi belo, e é belo (baseado nas características lúdica de Huizinga, Johan - Homo Ludens). Perceber como os sentidos são postos em jogo, como o toque a água, ou o próprio corpo interagindo com os paragolés, como vi  novas visões, criatividade - mesmos materiais produzindo diversas obras, como areia pedras etc -, tudo de fato que faz parte daquilo que tenho aprendido que é educação física, como o improviso em jogos usando tampinhas de garrafa como peões no tabuleiro de damas, ou na própria metodologia de ensino, como através do vídeo-game, ou da recreação aquática lúdica (Atividades Aquáticas - Cláudia Alexandre Queiroz, 1998).
Acredito que esse novo conceito de tentar perceber aquilo que aprendo, através de outras coisas como a arte - nesse caso - é gratificante, pois é o início do entendimento que sai das linhas do caderno, para ser vista no mundo. E o nosso corpo (que não é só físico) é parte desse mundo da arte, da educação física, já que pelo início desse assunto, e através da visita ao laboratório de anatomia, ficou claro uma coisa: geralmente caímos no erro de dividir o ser humano em matéria (músculo, osso, gorduras, etc), mente e espiríto, sendo que nós como corpo devemos ser compreendido como junção de todos os aspectos: Biológico, Psicológico e social. somos uma coisa só, pois é impossível desassociar algum problema psicológico, já que ele gera consequências no nosso fisico, assim como nosso físico interfere em questões sociais, ou o social interfere no nosso psicológico, enfim. No vídeo abaixo, veremos uma interpretação artística, através da dança e da letra da música, que faz essa associação:


Ao ver corpos mortos, se degenerando aos poucos (devido ao formol), peças soltas, como membros e vísceras, percebi e pude ver na prática fatores biológicos, mas com certeza, é inadimissível pensar que a educação física se limita apenas ao físico, que mesmo que em vida, não é o todo do corpo e sim parte dele. É necessário sim conhecer fatores biológicos, mas todo o restante que nos move, que faz com que tenhamos vida e de fato é corpo, e corpo inteiro. 

3 de abr. de 2010

O mundo mágico do vídeo game

Quem diria que o video game pode ser uma ferramenta de ensino?
Confesso que sempre gostei de jogar video game, mas nunca o vi como um instrumento de conhecimento, inclusive devido ao grande massacre da mídia sobre jogos eletrônicos.
Logicamente há um certo exagero hoje em dia, da qual o video game é o passatempo preferido de crianças e adolescentes, e têm se perdido muito da essência dos jogos clássicos, como aqueles vistos no quadro de Pieter Brueghel (amarelinha, mãe-da-mula, pular corda, cinco marias, entre outras), mas também não podemos desconsiderar que a tecnologia é algo cada vez mais presente na nossa cultura, e ainda mais nas novas gerações, que desde muito cedo já têm acesso em massa a tecnologia em geral. Com isso, cabe a nós sabermos utilizar essa ferramenta em benefício, não vendo apenas como um todo ruim, mas percebendo o quão positivo ele pode ser no desenvolvimento das crianças e até dos adultos.
Os jogos eletrônicos nos transporta para um universo fictício, mas não deixa de ser uma demostração fiel da realidade.
A exemplo disso, podemos falar das olimpíadas. Muitos dos esportes olímpicos estão muito distantes do nosso alcance de praticá-los e podemos aprender sobre eles enquanto estão sendo transmitidos na televisão (na época dos jogos), mas no video game, temos a oportunidade de jogá-los, o que faz com que tudo fique muito mais emocionante. Logicamente temos que aprender as regras, para que se alcance êxito no jogo e isso colabora com outros aspectos positivos como a dimensão conceitual (Darido, Suraya), que é quando passamos a compreender um pouco da história do esporte, suas regras, como jogá-lo, enfim.
Além disso, podemos considerar que contribuí para a dimensão procedimental, pois apesar de que no video game não praticamos o esporte em si, mas muitas vezes ele desperta o interesse para que aquele jogador assíduo de determinado jogo, por exemplo o tênis, tenha a vontade de praticá-lo de verdade, buscando assim a prática de uma atividade física além dos benefícios na dimensão atitudinal, que faz com que se adquira através da prática esportiva valores importantes de comportamento, de caráter, que desemboca automaticamente em cidadãos melhores.
Com certeza o vídeo game é uma forma de lazer, entretenimento, mas depois da experiência que tive, pude aprender também sobre esportes que não tenho acesso, como o futebol americano, que não é tão presente no Brasil, e ao jogá-lo aprendi um pouco de suas regras, além dos cenários que são ilustrações da realidade, mas que nos trazem um pouquinho das culturas e das paisagens mundo a fora, como no caso dos esportes de inverno (gelo).
É através dessas percepções, que compreendemos que talvés a proibição militar, não seja a melhor saída. A vida é dinâmica e exige de nós essa flexibilidade para tranformar o que talvés seja "ruim" em benefícios para nós e para todos os que querem e precisam aprender.